sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Atenção à CARAVELA PORTUGUESA!
A Fisália (Physalia physalis), vulgarmente conhecida por Caravela-Portuguesa, é “um animal” do grupo dos cnidários. Tem cor maioritariamente azul, com algum vermelho e tentáculos cheios de células urticantes. A caravela-portuguesa, que tem tanto de bonita como de perigosa, não é propriamente um animal mas um conjunto de vários organismos, unissexuais, com características diferentes e onde cada um tem uma função que assegura a sobrevivência de toda a colónia (alimentação - os gastrozóides; reprodução – os gonozóides; filamentos que pescam as presas – os dactilizóides). Semelhante a um barco em miniatura, sem locomoção própria, flutua à superfície das águas suave e lentamente ao sabor das marés e dos ventos – daí o seu apelido “Caravela Portuguesa”. O organismo visível é uma estrutura em forma de carapaça, que pode atingir 30 centímetros de comprimento e 10 centímetros de largura. São estes longos filamentos os responsáveis pelo perigo da caravela portuguesa, uma vez que é lá que se encontra o veneno usado para ajudar a capturar as presas. Os filamentos funcionam como uma espécie de tentáculos que apenas são eficazes para capturar peixes de pequenas dimensões, camarões e outros animais encontrados no plâncton. É nos tentáculos que se encontram os cnidócitos, que são as células urticantes, portadoras dos nematocistos, accionados pela "rede nervosa". A caravela-portuguesa tem dois tipos de nematocistos: pequenos e grandes; estes "órgãos" conservam as suas propriedades por muito tempo, mesmo que o indivíduo tenha ficado várias horas a seco na praia, pelo que devemos evitar tocar-lhes mesmo quando as vemos em seco no areal de uma praia. Apesar de raramente se aproximarem da costa, vêm por vezes dar às praias, inteiras ou em fragmentos (crê-se que se separam por razões de reprodução). Não é por se tratarem apenas de partes da Caravela-portuguesa que estes fragmentos se tornam menos perigosos. São tão nocivos como a caravela inteira e basta tocar-lhes levemente para que o veneno se propague por contacto, espalhando-se rapidamente. A primeira sensação é uma dor intensa de picada e ardor. O membro picado fica entorpecido e, ao fim de algum tempo, surge comichão e urticária. A gravidade da picada depende do tempo de contacto e da quantidade de tentáculos nela envolvidos. A caravela-portuguesa é importante para a alimentação das tartarugas marinhas, que são imunes ao veneno. Adaptado do sítio: CASCAIS MAR E PESCA