segunda-feira, 27 de dezembro de 2010


Cinco dicas para acabar com o stresse...


Já dizia o velho Hipócrates, por muitos considerado o pai da medicina: "Todo o excesso é mau." Ou, como lembrava o escritor francês Jean-Pierre Claris de Florian, "o excesso de um grande bem torna-se um mal muito grande." As duas máximas aplicam-se ao stresse. Na dose certa, é um mecanismo fundamental à sobrevivência - sem ele "estaríamos todos mortos", nota o psiquiatra e fundador do Instituto de Prevenção do Stresse, Rui Mota Cardoso. Mas, em excesso, o stresse é um perigo sério. Tão sério que pode matar-nos. Chamam-lhe "a doença mais mortífera do século XXI", mas não é ele a premir o gatilho. O crime encomenda-o a uma lista de patologias assassinas a que está associado, do Alzheimer às doenças cardiovasculares, passando pela depressão e outros males.

Dizem os estudos que, mais do que os genes ou fatores de risco como o tabaco, é o stresse a variável mais importante na hora de determinar quão longa vai ser uma vida. E, surpreendentemente, as formas mais perigosas de stresse são aquelas que parecem mais inofensivas. Várias investigações demonstram que não são as pessoas que ocupam cargos de topo, de enorme responsabilidade, aquelas que estão mais em risco, mas as que ocupam os últimos degraus na escada social e laboral. Não são as horas extras que mais matam. É a frustração pela total ausência de controlo sobre as nossas responsabilidades.

Numa situação de stresse normal, o organismo retoma o estado inicial ao fim de alguns minutos. O problema é que na montanha-russa dos dias o gatilho é premido vezes sem conta, a um ritmo que pode não ter espaço para recuperar. O stresse torna-se crónico. Para atacar o problema, Robert Sapolsky, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, um dos mais proeminentes neurocientistas mundiais, está a trabalhar no desenvolvimento de um tratamento que funcione como uma vacina para o stresse. Trata-se, no fundo, de recorrer à engenharia genética para provocar a libertação de proteínas protetoras que impeçam o excesso de stresse de danificar o organismo. O tratamento está muito longe de poder ajudar alguém - serão precisos vários anos até que chegue à fase de ensaios clínicos - mas os primeiros testes em laboratório foram animadores: a injeção foi capaz de prevenir quase todos os danos celulares em ratos que foram submetidos a stresse. "Para ser honesto, ainda estou espantado por ver que funciona", disse Sapolsky à revista "Wired". "Provámos que conseguimos reduzir os danos neuronais provocados pelo stresse".

Enquanto a ciência continua à procura de respostas para atacar o stresse, o trabalho dos investigadores vai dando pistas para prevenir que este se torne um problema. Um bom princípio é organizar e controlar a nossa vida para evitar que esta se torne um vulcão de ansiedade - aspirações demasiado irrealistas, por exemplo, seja na vida profissional ou quotidiana, são terreno fértil para a frustração e o stresse.


1. Enfrente os seus medos
Há outras estratégias para se defender. Começa por enfrentar os medos. Um estudo realizado com paraquedistas noruegueses demonstrou que estes apresentavam doses massivas de stresse quando se preparavam para dar o primeiro salto, mas tornavam-se menos ansiosos à medida que a experiência se repetia. O stresse manifestava-se apenas durante o próprio salto, ou seja, quando o organismo precisava dele.

2. Beba pouco, durma muito
A cartilha antistresse passa também pelos nossos hábitos. Anote: não abuse do álcool e durma o suficiente. Apesar do álcool ser um ansiolítico quando bebido com moderação, o seu efeito é contrário se tomado em excesso. A ingestão de uma quantidade superior a um grama por litro liberta uma grande quantidade de hormonas de stresse. Dormir bem também é importante. Investigações recentes demonstram que basta uma noite mal dormida para provocar um aumento súbito na libertação de hormonas de stresse. A cruel ironia é que este fenómeno torna mais difícil adormecer. É um círculo vicioso: mais stresse conduz a mais insónia, o que ajuda a explicar o porquê de os problemas de sono serem um fator de risco para a depressão.

3. Fuja dos conflitos
Se quer ter níveis de stresse baixos deve manter-se longe de confusões. Ao observar babuínos, Robert Sapolsky identificou traços de personalidade que estavam associados a baixos níveis de hormonas de stresse. Entre eles estava a capacidade de se afastarem de provocações. Os babuínos mais pacíficos ficavam não só mais tempo no topo da hierarquia do grupo, o que reduzia a sua ansiedade.

4. Exercite-se e medite
A meditação pode ajudar. Bastam dez minutos, uma ou duas vezes por dia, para esquecer as preocupações. Já o exercício físico pode ter efeitos antagónicos. Ainda que seja uma excelente 'pílula antistresse', os seus efeitos só se fazem sentir se o fizermos de livre vontade. Se formos forçados a ir para o ginásio os níveis de stresse não vão diminuir. Pelo contrário, poderão aumentar.


5. Faça amigos
Vários estudos têm revelado que as pessoas com menos amigos ou familiares próximos têm uma menor esperança de vida, o que pode ser explicado pelo stresse associado à depressão. Sendo assim, deixe tempo para quem mais gosta. Se quer ver o stresse longe, mantenha os amigos por perto.

Adaptado  da Única de 23 de Dezembro de 2010

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

SIDA

A sida (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma doença não hereditária causada pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH ou HIV - na língua inglesa) que enfraquece o sistema imunitário do nosso organismo, destruindo a capacidade de defesa em relação a muitas doenças.
O VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o agente causador da sida. Este agente pode ficar incubado no corpo humano por tempo indeterminado, sem que manifeste quaisquer sintomas. Quando uma pessoa está infectada com o VIH diz-se que é seropositiva.
Uma pessoa VIH-positiva pode não ter sinais da doença, aparentando mesmo um estado saudável durante um período de tempo que pode durar vários anos. No entanto, essa pessoa está infectada e, porque o vírus está presente no seu organismo, pode, durante todo esse tempo, transmiti-lo a outra pessoa.
Quais são as formas de transmissão do VIH?
A transmissão sexual é a principal via de transmissão da infecção VIH em todo o mundo. As secreções sexuais de uma pessoa infectada podem, com grande probabilidade, transmitir o VIH sempre que exista uma relação sexual com penetração – anal, vaginal ou oral – sem preservativo. O risco associado ao sexo oral aumenta quando se verificam algumas infecções, nomeadamente úlceras bocais, gengivas inflamadas, garganta irritada ou gengivas a sangrar após escovagem ou utilização do fio dentário.
Outra via de transmissão é o contacto com sangue infectado, pelo que a partilha de seringas, agulhas, escova de dentes, lâminas de barbear e/ou material cortante com a pessoa infectada pelo VIH constitui risco de transmissão. Os utensílios e objectos mencionados, depois de utilizados, devem ser colocados em contentores rígidos com abertura e tampa (pode obtê-los nos centros de saúde) ou, então, em garrafas de água ou sumo vazias, de material rígido e grosso, que também são excelentes para este fim. Embora represente um risco menor, não devem ser partilhados objectos cortantes onde exista sangue de uma pessoa infectada. É o caso, por exemplo, dos piercings, instrumentos de tatuagem e de furar as orelhas e alguns utensílios de manicura.
Da mãe para o filho durante a gravidez, parto e/ou amamentação. Se a mãe estiver infectada pode transmitir a infecção ao bebé durante a gravidez, através do seu próprio sangue, ou durante o parto, através do sangue ou secreções vaginais. Há ainda o risco de contágio durante o período de aleitamento. Sempre que haja alternativas à amamentação, esta deve ser evitada.
Da saúde da futura mãe dependerá a saúde da criança. Assim, é muito importante que, antes e durante a gravidez, a mulher seja acompanhada regularmente pelo seu médico assistente. Todas as mulheres grávidas têm direito a usufruir do Serviço Nacional de Saúde, onde os serviços de vigilância materna são prestados gratuitamente.
Quando a mãe é seropositiva, as terapêuticas anti-retrovíricas, ministradas durante a gravidez, permitem a redução do risco do seu bebé nascer infectado.

Para saber mais:

Adapatdo do Portal da Saúde